A Caixa de Ferramentas da nossa voz Interior. Para que serve?*
O Psicólogo e Neurocientista Ethan Cross refere no seu livro “Chatter: The Voice in Our Head and How to Harness It”, que a nossa voz interior pode moldar o nosso bem-estar mental através dos seus próprios instrumentos.
Isso significa que o diálogo interior pode ser transformado, passando de um fator critico e negativo, para um estado de autocoach, motivador e realizador da pessoa.
O seu poder não é menor, pelo contrário, o seu poder é de um grau tão elevado, que por si só, e com as suas próprias ferramentas, pode gerir a voz interior e conduzir a pessoa a ser “feliz, saudável e produtiva”, porque a molda e a transforma.
Normalmente o nosso diálogo interior equivale, em média, a 4.000 palavras por minuto. Pode ser avassalador. As formas de diálogo interno podem, consequentemente, ter um efeito contraproducente quando são demasiado elevadas e se descontrolam, e a pessoa se sente dominada pelas suas emoções, pela sua voz interior.
Dos fatores que podem contribuir decisivamente para um diálogo interno desordenado e mais crítico, surge a ansiedade, que de mão dada com a saúde mais frágil, amplificam o mal-estar pessoal e social.
No entanto, todos temos uma “caixa de ferramentas” interior que nos permite lidar primariamente, com esses estados tóxicos ou “saboteadores” internos.
Resumidamente há 3 técnicas ou ferramentas consideradas benéficas:
1. A mudança de perspetiva ou distanciamento, em que podemos dialogar connosco como se fossemos outra pessoa, ganhando através da linguagem uma atitude que acalma e reequilibra porque permite uma gestão emocional que nos torna resilientes. Neste sentido, as “Empowering Questions” usadas no processo de Coaching são extremamente eficazes.
2. A técnica do reenquadramento, que se centra na reprogramação do diálogo interior e da visualização orientada do futuro, também dinamizada no processo de Coaching.
3. E a técnica mais acessível que desperta os “poderes” do corpo, como:
a. O poder do tato (outras pessoas e natureza como meio de bem-estar);
b. O poder da visão (a arte como veículo de felicidade);
c. O poder da escrita (diário/journal/notebook)
d. E o poder do controle compensatório (terapia pelas atividades manuais e reorganização dos espaços/atividades pessoais) que, tem também, um contributo importante para o bem-estar pessoal.
As técnicas da caixa de ferramentas que a nossa voz interior dispõe, acalmam e recentram – pois, segundo o autor “Aqueles que são capazes de aquietar sua voz interior são mais felizes (…)”.
*Neste artigo trago à luz, a reflexão profunda sobre o livro de Ethan Cross com base na sinopse crítica e entrevista publicada no “The Guardian” na secção The Observer Psychology por Rachel Cooke, em Janeiro de 2021.
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